sábado, 4 de abril de 2015

Administração política de Salomão

Negócio entre poderosos
O ano é 970 a.C. Na terra dos hebreus, no reino unido de Israel, governava Salomão, filho de Davi. Salomão vivia de maneira favorável, como os membros de uma realeza bem sucedida. A história está narrada na Bíblia, no 1º livro dos Reis, capítulo 5.

Salomão fizera um projeto de construção do templo do deus hebreu. Por seu caráter diplomático, ele entrou em contato com o rei fenício Hirão, que reinava em Tiro. Negociou com ele os cedros fenícios e a contratação em parceria de trabalhadores fenícios.

O contrato de trabalho fazia valer acordos que envolvia geração de emprego para hebreus e fenícios. A madeira seria cortada, e os fenícios a transportariam via costa marítima até os portos israelitas. Em relações de parceria, Israel forneceria mantimentos anuais para os fenícios enquanto se mantivesse as remessas de cedro.

No reino de Salomão houve uma grande geração de emprego. Fala-se de um número de 180 mil trabalhadores e mais de 3 mil para supervisionar as obras. Contudo, não podemos pensar que eram mar de rosas, em 1º livro dos Reis 12, relata-se que as condições de trabalho, na construção de suas grandes obras monumentais, eram humilhantes e pesadas.

Ao final das obras, o templo ficou majestoso. Uma obra digna dos grandes monumentos da antiguidade como as pirâmides. Assim como os povos de seus ancestrais da mesopotâmica, a busca de erigir suntuosos templos para seus deuses, Salomão também tinha a preocupação de transmitir ao seu povo que deveriam temer a Deus, bastava observar a riqueza de sua "morada".

Mas Salomão era um homem com ambições e interesses de vantagens políticas. No capítulo 9 nos é dito que ele foi finalizar o contrato firmado com Hirão, rei de Tiro, e lhe passou terras com algumas cidades. Contudo, no versículo 13 temos a informação de que ele deu as piores terras que poderia dar. Hirão se irritou, e somente por isso que Salomão, em seguida, passou-lhe quantias de metais preciosos, para compensar o desentendimento.

Salomão também agiu de maneira tirânica com os povos que viviam nos arredores de seu reino. Dos versos 20 a 23 afirma que ele escravizou esses povos. Aparentemente, como o estado de Israel de hoje, que trata os palestinos como povo de segunda categoria, Salomão tratava os outros povos da mesma maneira.

Seu caráter oportunista e diplomático se revelou mais quando ele fez uma aliança com o Faraó (21ª dinastia), casando-se com a filha do faraó, Salomão também se casou com a conhecida rainha de Sabá. Tudo para manter a boa política. Também fez tratados, talvez matrimoniais com a rainha africana da Etiópia, que lhe cobriu de ouro e marfim africanos.

O reino de Salomão, de acordo com seus Escritos enriqueceu assustadoramente. Salomão se mostrou um político em todos sentidos, aderindo todos os deuses que os seus parceiros comerciais adoravam.

Em relação a política interna, Salomão tinha um funcionário chamado Jeroboão que não partilhava da mesma opinião sobre os trabalhos forçados. Talvez não apenas por um desejo solidários aos escravos, mas Jeroboão também se sentia esquecido quanto Salomão aproveitar suas habilidades, pois apenas se encarregava de vigiar escravos no trabalho. Jeroboão foi perseguido pelo rei e teve de fugir, foi para o Egito e ganhou proteção de um parente da primeira esposa de Salomão.

Quando Salomão morreu, seu filho passou a governar Israel. Jeroboão achou que era uma boa que ele voltasse e buscasse uma solução para sua condição política. Houve um encontro do novo rei, Jeroboão e outros nobres de Israel. Todos estavam de acordo que o novo rei, Roboão deveria terminar a servidão, e melhorar as relações com o povo de seu reino. E compartilhar a governança com os demais nobres hebreus. O novo rei não via dessa forma, agiu com  tirania e provocou a divisão do seu reino.

A habilidade política de Salomão não era partilhada por seu filho. Uma grande tragédia para um reino é a governança de um rei incapacitado para o cargo. Apesar de ser filho de Salomão, Jeroboão não tinha a mesma autoridade e poder que seu pai desenvolveu com seus súditos. Um grande estadista, administrador, teve também um filho que destruiu toda estrutura social que seu pai edificou.