quarta-feira, 27 de maio de 2015

Tópicos das transições do feudalismo para o absolutismo

A Finalidade deste post é servir de base para fixar tópicos de elementos políticos econômicos e sociais desde a sociedade Feudal até o Estado Absolutista. Não se trata de algo exaustivo, mas algo meramente panorâmico.
Sociedade Feudal
Sociedade estamental
Clero
Senhores
Camponeses
Economia
Baseada no sistema de reciprocidade,
o camponês trabalha para o senhor e lhe paga tributos pela concessão da terra
Relações feudo-vassálicas (marcadas por cerimônias oficiais, os nobres (senhores) realizavam laços de compromisso, proteção, serviço e conselhos)
Política
A maior força era a Igreja,
Os prelados (alto clero) mantinham o controle do povo e inclusive dos reis.
Geografia
Não existia limites entre nações, os limites estavam no âmbito do nascimento
O povo Franco, o povo Anglo, o povo Normando, os laços de sangue eram mais determinantes que espaços geográficos. Por exemplo, uma lei de um determinado povo valia para o povo e não para o local.
Ascensão da burguesia
A sociedade ganha nova configuração, com o aumento das trocas, houve a necessidade de estabelecer valores comuns entre os diferentes povos. Necessidade de surgir órgãos que guardassem o dinheiro. Os espaços urbanos ganham um outro sentido, antes, o forte da economia era nas relações de campo, com os burgueses temos as relações urbanas.
Ainda temos a divisão estamental
Clero
Nobres (senhores)
Camponeses / burguesia (trabalhador urbano)
A economia ficava entre as relações feudo-vassálicas e as trocas comerciais nas feiras.
Para adquirir produtos diferentes, não bastava a reciprocidade com pessoas que compartilhavam da mesma cultura. Agora era preciso ter metais (moedas) aceitas pelos mercadores.
Uma série de instituições foram surgindo de acordo com as novas necessidades sociais
Os senhores feudais e cavaleiros viviam de relações de reciprocidade, a burguesia vivia de comércio. Aos poucos ficava financeiramente mais forte.
Surgem: Bancos, Guidas e corporações de ofício (para os artesãos e burgueses garantirem o controle das produções e negociações). Vão surgindo faculdades (Bolonha, Oxford, Coimbra) para melhor preparar a sociedade burguesa. O estado, com força armada, leis e território.
Estado Absolutista
Há uma hibridez entre a sociedade estamental e a sociedade de classe, coexiste:
Clero/nobres/camponeses e a classe burguesa (que vem dos camponses, mas surgem como uma fonte de poder que compete e toma espaço do nobre e da Igreja)
A nobreza tenta sobreviver fazendo alianças matrimoniais com burgueses. Burgueses almejam uma imagem nobre com os casamentos.
 O Rei tem apoio da burguesia para obter poder sobre grandes territórios, como Rei, ele tem a prerrogativa.
Papeis do rei absolutista:
Reunir uma corte que promova leis e segurança.
As faculdades irão restaurar os estudos das leis e resgatar o código de leis romano.
Os nobres irão compor cargos públicos para administrar o Estado
A finalidade de todo esse aparato será o desenvolvimento da burguesia nacional.
Um estado forte será um estado que tem uma burguesia forte.
O Estado está formado, e ele se chama PORTUGAL.
Para ter uma burguesia forte, a coroa portuguesa precisa controlar o que tem mais valor na economia: Especiarias. Quem controlar a comida, controla a força de trabalho e assim produz mais riqueza.
Para controlar as especiarias, Portugal precisa quebrar a rota do mediterrâneo sob o controle ítalo-árabe.
As faculdades portuguesas desenvolvem estudos para navegar às Índias e comprar especiarias direto no produtor. Surge o modelo mercantilista.
O Mercantilismo se sustenta por um Estado monárquico que promove um ambiente para os súditos do rei, refiro-me a classe burguesa,  desenvolverem uma economia de mercado.
Um estado mercantilista precisa adquirir metais (ouro e prata)
O Estado precisa ter uma rede burocrática para melhor administrar todo a complexidade econômica, embora seja chamado de um Estado absolutista.
Esse mercantilismo precisa que os burgueses tenham uma fonte de matéria prima para produzir e competir com outros estados, ou fazer de outros estados os seus mercados consumidores.
Para essa fonte de matéria prima, os estados, sobretudo Portugal e Espanha conseguiram grandes terras, para extrair essa matéria, e monopolizar o comércio de certos produtos.
O mercantilismo europeu precisava, acima de tudo, de uma estrutura naval bem desenvolvida, pois suas colônias estavam longe do território europeu.




domingo, 10 de maio de 2015

UM HINO DERROTADO

REVOLUÇÃO FRANCESA

Assassin's Creed INVASÃO DA BASTILHA

Revolução francesa - Aula

Preparamos uma aula dinâmica (literalmente)
1ª fala, à entrada da sala
Explicar as condições da França:
Antecedentes da revolução
Na França ainda vigorava o Sistema feudal nobitário, aquelas antigas castas de Clero, Nobres e Servos.
Acontecimentos diversos para ativar a revolução:
A queda da mortalidade infantil, embora uma coisa positiva, provocou o aumento populacional. Esse crescimento, juntamente com os altos impostos que a coroa cobrava e consolidava para o sistema feudal, acarretou um êxodo rural de desempregados do campo, que formaram uma outra camada de desempregados na cidade.
Somemos a isto:
1787 – A grande seca
1788 – As inundações
1789 – O inverno rigoroso
Impostos e dízimos chegam a tomar 20% da produção do campo, e isto leva a alta do valor do trigo e na cidade o pão encarece. Igreja também entrava no barco com suas pregações que incentivavam ao povo o comodismo e o pagamento dos valores estipulados.
O Governo, percebendo que a corda iria estourar, começa a pensar soluções, há uma série de mudanças nos ministérios das finanças, da segurança pensando formas de conter os ânimos, mas não consegue criar uma solução real para o problema econômico.
Aliemos a isto, o governo monárquico gastar com o financiamento da guerra de independência das 13 Colônias (independência dos Estados Unidos da América), gastos com soldados, recursos, somente para prejudicar seus inimigos ingleses.
Ministros promovem medidas de redução de gastos, suprimir impostos, liberar circulação de produtos para diminuir os preços, nada resolve, eles (nobres togados, nobres dados como capazes de gerir a política) irão convocar os Estados Gerais. Representantes dos 3 grupos franceses do Antigo Regime: Clero, Nobres e 3º Estado (aldeões e burgueses).

O Rei Luis XVI convoca os Estados Gerais: 300 membros do clero, 300 nobres e 600 do 3º Estado.
Reunião começa em 05/05/1789, há 226 anos atrás, no palácio de Versalhes.
Em 1789, os Estados Gerais entendem que os ministros do parlamento e o rei não têm capacidade de resolver os problemas da França. Reformas precisam ser feitas urgentemente, cortes de gastos, diminuição de impostos.
No antigo regime, sabemos que o Clero e a nobreza votavam juntos contra o 3º Estado (burgueses e camponeses). Um sustentava o outro. Mas agora, o clero se manifesta contra os gastos no Estado, talvez pelos valores do Evangelho, talvez pela preocupação de manter a paz, talvez pela interesse de se manter no poder. Mas agora, parte do Clero quer que a coroa promova mudanças mais justas para a nação e beneficie ao 3º Estado.
Podemos dizer, deste modo, que a revolução começou a partir das elites, que querendo minimizar o problema falou de mudanças, não esperava provocar uma revolução.

[Convocamos os alunos para uma outra sala, marchando, como os parisienses em direção a Versalhes.]
Conforme o cartaz acima, foi ouvido o discurso do Rei, Luis XVI, do ministro da justiça Barentin e do ministro de finanças Necker. Falas que não agradaram ao 3º Estado.
23 de Junho - O 3º Estado não aceita a antiga verificação dos poderes, votos por Estado. Alguns padres apoiam a causa. A forma de voto tinha de mudar, alguns pensam em voto por distrito, outros pensam em número de representantes, de uma forma ou de outra, a mudança favorecerá o 3º Estado que tinha burgueses em mais distritos e que tinha maior número de população.
Chegamos a Junho, o 3º Estado protestou contra o direito consuetudinário, assim, a força real de lei perde força. Esse direito era o modo feudal de governar, o Rei tinha direito de julgar por ser rei. Sua vontade poderia mudar, mas seria o que prevaleceria. Eles querem o poder para a Assembléia dos Estados, eles queriam o direito de promulgar leis. ELES QUEREM UMA CONSTITUIÇÃO!!!
A Revolução propriamente dita
Desesperado, Luis aceita a convocação de uma assembleia constituinte, 
...
...imediatamente ele perde o seu poder. Está iniciada, juridicamente, a REVOLUÇÃO.
Por voto de uma maioria, O TERCEIRO ESTADO, é estabelecida a 
ASSEMBLÉIA PARLAMENTAR CONSTITUÍNTE
Aos poucos, essa assembleia vai se desenhando partidariamente.
3ª fala, segundo quadro
[CONFIGURAÇÃO DA ASSEMBLÉIA]
Não podemos definir RIGOROSAMENTE a sociedade francesa em 1º (clero) 2º (nobres) e 3º (burgueses) estados, sem observar os diferentes matizes, pois pelo que vimos acima, no terceiro estado havia diversos partidos e grupos sociais.

Codeliers
Montanheses
Jacobinos
Pântano
Girondinos
Monarquistas
lutava por uma igualdade social radical, reformas agrárias.        
Descaram-se nas jornadas de 1792 e 93.
jacobinos radicais, que defendiam a aliança com a “sans-culottes”.
burguesia e a nobreza, o progressivo radicalismo dos seus partidários leva à cisão política.                     
deputados que ora a Gironda, ora os Jacobinos, e participaram diretamente da reação thermidoriana
Burgueses moderados quanto as massas populares na revolução.
Nobreza que eram adeptos do fim da revolução e volta plena do Antigo Regime.
Entre a ESQUERDA havia nobres e clérigos, entre os burgueses, a direita, havia os que apoiavam o absolutismo parlamentar e os que literalmente eram os vira-casaca (no centro).
As cores vermelhas eram relacionadas ao trabalhador e o seu sangue derramado. A coincidência com as cores da bandeira da França atual é casual, o azul não representava conservadores (embora a antiga bandeira dos Bourbon fosse azul.) 
12 de julho, o pão chega em valores assustadores, se desencadeou uma série de roubos, assaltos, um surto de violência tomou conta de Paris. O povo não aguenta mais esperar por soluções, a baderna é a solução para quem quer ver mudanças.
A Tomada da Bastilha
Veja pelos mapas, as distâncias percorridas pelo povo, de um lado ao outro para tomar as armas, libertar presos políticos e derrubar o Antigo Regime.
 A população invade o quartel Desvalides, toma as armas do local, cruza a cidade (sentido OESTE-LESTE) para invadir a bastilha. Ali havia um número maior de armas, e os verdadeiros e poderosos inimigos do rei.

 A Bastilha caiu!!!
14 de julho, o povo invade o Invalides e rouba armas, marcham rumo a Bastilha, ali esperam obter mais armas. A Bastilha era um símbolo do controle real sobre os seus opositores.
A BASTILHA CAIUEstamos vivendo o período do GRANDE MEDO
[trailer de assassins` creed]
São pouco mais 1000 pessoas envolvidas na tomada da bastilha, a REVOLUÇÃO segue crescendo, e em descontrole, mas um ponto comum entre os revolucionários na hora de pensar a justiça é que o assassinato patriótico é perdoado, outros crimes sofreriam punição.
4 de Agosto, a Assembleia está reunida para pensar como terminar essa revolta. Os membros do 3º Estado estão preocupados com o que seus populares estão fazendo. Os políticos, burgueses em geral, queriam somente uma mudança de poder. Nada tão forte. Estabelecer, como na Inglaterra, os direitos da Burguesia, tomar o máximo de controle, realizando o mínimo de mudanças sociais. Mas escancarada a porteira, rompida a barragem, a Revolução tomava rumos inesperados. 
A reunião da Assembléia entra noite a dentro e decide por suprimir totalmente os direitos feudais. Está encerrado o antigo regime, que vinha desde a Baixa Idade Média agonizando e ao mesmo tempo atrasando o desenvolvimento da acumulação de capital burguesa. Um passo que poderia conter os brios de populares que estavam cansados do feudalismo.
Detonado o poder dos nobres, cai junto o modelo político econômico chamado de Mercantilismo, que mesmo que beneficiador da burguesia, ainda mantinha o rei e a corte (nobres togados) como máquina administrativa, como um estado que ofereciam infraestrutura para o desenvolvimento do capital burguês, que em seguida irá se desenvolver em capitalismo comercial. - O objetivo da Burguesia era, com sua força consolidada, cortar vínculos com a nobreza, tomar as rédeas do poder e se assentar nas cadeiras administrativas, descartando os nobres.
[O capitalismo é um sistema cruel, uma espécie de praga ou vírus que usa o sistema político em que se está exposto, o usa e o desgasta ao ponto de exaurir toda sua força. E quando precisa, descarta, arranja outra forma de poder, se reinventa. O homem cria o capitalismo, mas ele cresce como uma força sobrenatural que não se permite dominar. O capitalismo toma as pessoas para si, as usa, as destrói, em seguida, toma outras, e assim vai.]
22 dias depois, dia 26/08 define-se a Declaração dos direitos do homem e do cidadão.
Dois meses depois, aos 10/10 de 1789, Joseph Gillotin criou uma maquina para punir os traidores e criminosos (será bastante usada durante o terror).
5ª fala, quadros da guilhotina e direitos do homem
Para nossa sociedade, parece um pouco contraditório, um instrumento como a Guilhotina, um governo chamado de terror, um período de GRANDE MEDO, e ao mesmo tempo, um documento como a Declaração dos Direitos do Homem e do cidadão. Mas isso é "contraditório" porque achamos que as cosias precisam ser romantizadas, que a Declaração é um símbolo de bondade, mas que na verdade, é um símbolo de preservação de valores burgueses. Para aqueles franceses, a guilhotina era um modo de punir todos igualmente, na mesma posição, com o mínimo de dor possivel.

 “Os representantes do povo francês, reunidos em Assembleia Nacional, tendo em vista que a ignorância, o esquecimento ou o desprezo dos direitos do homem são as únicas causas dos males públicos e da corrupção dos Governos, resolveram declarar solenemente os direitos naturais, inalienáveis e sagrados do homem, a fim de que esta declaração, sempre presente em todos os membros do corpo social, lhes lembre permanentemente seus direitos e seus deveres; a fim de que os atos do Poder Legislativo e do Poder Executivo, podendo ser a qualquer momento comparados com a finalidade de toda a instituição política, sejam por isso mais respeitados; a fim de que as reivindicações dos cidadãos, doravante fundadas em princípios simples e incontestáveis, se dirijam sempre à conservação da Constituição e à felicidade geral.
Em razão disto, a Assembleia Nacional reconhece e declara, na presença e sob a égide do Ser Supremo, os seguintes direitos do homem e do cidadão:
Art.1º. Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem fundamentar-se na utilidade comum.
Art. 2º. A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade a segurança e a resistência à opressão.
Art. 3º. O princípio de toda a soberania reside, essencialmente, na nação. Nenhuma operação, nenhum indivíduo pode exercer autoridade que dela não emane expressamente.
Art. 4º. A liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique o próximo. Assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem por limites senão aqueles que asseguram aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Estes limites apenas podem ser determinados pela lei.
Art. 5º. A lei não proíbe senão as ações nocivas à sociedade. Tudo que não é vedado pela lei não pode ser obstado e ninguém pode ser constrangido a fazer o que ela não ordene.
Art. 6º. A lei é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos têm o direito de concorrer, pessoalmente ou através de mandatários, para a sua formação. Ela deve ser a mesma para todos, seja para proteger, seja para punir. Todos os cidadãos são iguais a seus olhos e igualmente admissíveis a todas as dignidades, lugares e empregos públicos, segundo a sua capacidade e sem outra distinção que não seja a das suas virtudes e dos seus talentos.
Art. 7º. Ninguém pode ser acusado, preso ou detido senão nos casos determinados pela lei e de acordo com as formas por esta prescritas. Os que solicitam, expedem, executam ou mandam executar ordens arbitrárias devem ser punidos; mas qualquer cidadão convocado ou detido em virtude da lei deve obedecer imediatamente, caso contrário torna-se culpado de resistência.
Art. 8º. A lei apenas deve estabelecer penas estrita e evidentemente necessárias e ninguém pode ser punido senão por força de uma lei estabelecida e promulgada antes do delito e legalmente aplicada.
Art. 9º. Todo acusado é considerado inocente até ser declarado culpado e, se julgar indispensável prendê-lo, todo o rigor desnecessário à guarda da sua pessoa deverá ser severamente reprimido pela lei.
Art. 10º. Ninguém pode ser molestado por suas opiniões, incluindo opiniões religiosas, desde que sua manifestação não perturbe a ordem pública estabelecida pela lei.
Art. 11º. A livre comunicação das idéias e das opiniões é um dos mais preciosos direitos do homem. Todo cidadão pode, portanto, falar, escrever, imprimir livremente, respondendo, todavia, pelos abusos desta liberdade nos termos previstos na lei.
Art. 12º. A garantia dos direitos do homem e do cidadão necessita de uma força pública. Esta força é, pois, instituída para fruição por todos, e não para utilidade particular daqueles a quem é confiada.
Art. 13º. Para a manutenção da força pública e para as despesas de administração é indispensável uma contribuição comum que deve ser dividida entre os cidadãos de acordo com suas possibilidades.
Art. 14º. Todos os cidadãos têm direito de verificar, por si ou pelos seus representantes, da necessidade da contribuição pública, de consenti-la livremente, de observar o seu emprego e de lhe fixar a repartição, a coleta, a cobrança e a duração.
Art. 15º. A sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público pela sua administração.
Art. 16.º A sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos nem estabelecida a separação dos poderes não tem Constituição.

Art. 17.º Como a propriedade é um direito inviolável e sagrado, ninguém dela pode ser privado, a não ser quando a necessidade pública legalmente comprovada o exigir e sob condição de justa e prévia indenização.”

2 de novembro de 1789, Dia de Finados, a Igreja perde seus bens.
19 de junho de 1790, é decidido que os título de nobreza estão extintos. Aos poucos o mundo que se conhecia, feudalismo, reis, duques etc. vai ficando para trás.
Novos ares, novos ideais vão surgindo. É a República, é o progresso. É a vitória burguesa!
[LIBERDADE OU MORTE]
Revolução francesa negra
6ª fala, revolução Haitiana
[REVOLUÇÃO HAITIANA]
22 de agosto de 1791 a Franca entre numa crise colonial, sua colônia no Caribe, Santo Domingo, realizou uma revolução escrava, chamada também de revolução francesa negra.

Liderados por um escravo Toussaint, eles geram uma tremenda confusão, pois embora o mundo revolucionário francês ansiasse por mudanças, por república, eles não sabiam o que fazer com esses escravos, esses negros diferentes que também queriam sair debaixo do poder de um Estado nobre absolutista mercantil.
  
Será que as mentes revolucionárias francesas eram tão revolucionárias assim? Aceitariam abrir mão de lucros gerados com escravos em sua colônia? Mas agora era tarde, a Colônia de Santo Domingo matou os brancos e negros inimigos, escravizou a outros, mudou as ordens, se proclamou independente. Criou no mundo colonial americano o medo do haitianismo.
Voltando à França, aos13 de setembro de 1791 uma Constituição foi promulgada. Eis suas principais decisões:
·        Igualdade jurídica entre os indivíduos
·        Fim dos privilégios do clero e nobreza
·        Liberdade de produção e de comércio (sem a interferência do estado)
·        Proibição de greves
·        Liberdade de crença
·        Separação do estado da Igreja
·        Nacionalização dos bens do clero
·        Três poderes criados (Legislativo, Executivo e Judiciário)
Há de se questionar a capacidade administrativa de Luis XVI, em 1792 ele demite seu ministério de nobres, e convoca um novo ministério com linhas jacobinas.
Regime do Terror
Vai começar o TERROR
7ª fala, vídeo Uprising
[TRAILER REVOLUÇÃO FRANCESA UPRISING]
Ainda falta muito para garantir mudanças, les assim achavam. Mesmo sem direitos oficiais, o rei representa um poder sombrio. Ele tem que partir... deste mundo. Versalhes fica a 16km de Paris, o povo está armado, o povo está com sede de vingança, o povo quer a cabeça do rei... e da rainha.
Sim, o nome é Período do TERROR, os Jacobinos, liderados por Danton e Robespierre, vão perseguir, até a morte, os opositores da revolução, até dentre eles mesmos.
A Assembléia vai se dividindo nos seus partidos, e uns vão acusando os outros. Os Girondinos acusam os líderes Montanheses (ligados aos jacobinos) de querer dar um golpe. Os Jacobinos acusam os Girondinos de querer favorecer somente aos burgueses.
Uma coisa ambos concordam, o Rei não serve aos interesses da revolução...
...Ele vai morrer.
2 de setembro de 1792, Danton, um jacobino, ordenou a morte de 1200 monarquistas, que já se encontravam presos. Neste mesmo mês, dia 21, cria-se a CONVENÇÃO para servir de órgão administrativo. Praticamente dominado pelos Jacobinos.

 O POVO VAI PERCORRER QUASE 20 KM DE PARIS ATÉ VERSALHES... ELES QUEREM O REI!!!

Em 11 de dezembro de 1792 o rei vai se defender e dizer porque ele não deve morrer. Fracassa, não convenceu, e por 426 votos a favor e 278 votos contra, Luis vai perder a cabeça, e com ele dona Maria Antonieta.
8ª fala, execução dos reis

[EXECUÇÃO DOS REIS]
 “Tudo pertence a pátria, enquanto a pátria estiver em perigo” inclusive o direito de matar, teria dito Danton para justificar as mortes.
Estima-se um número de 40 mil mortos em toda revolução, dos quais, mais de 17 mil foram mortos somente pelo regime do Terror.
Ao final, em 1795, os líderes do Terror são acusados pelo próprio tribunal o “Comitê da Salvação pública”, e terminam por ir a Guilhotina. – Dela já eram íntimos, puxaram a corda para vários de seus amigos (e inimigos, claro).
O Terror também é um marco de um novo regime, de 22 de setembro de 1792 é proclamada a República da França. – Aqui inicia o primeiro dia de uma NOVA ERA na França. Depois, ele será chamado de 1º dia de Vendimário do ano I (não mais se seguirá o calendário gregoriano, o nosso calendário).
O Terror não deve ser visto como um período negativo, apesar do nome, pois com esse regime, a França conseguiu conquistas que serão importantes a todo mundo ocidental:
·        Direito ao voto
 certidão de eleitor

·        Direito de rebelião
·        Direito ao trabalho e a subsistência 
 símbolo do trabalhador francês
·        Continha uma declaração de que o objetivo do governo era o bem comum e a felicidade de todos.
As monarquias da Europa não ficaram paradas, elas sabem que a Revolução Francesa, após matar o rei, era só uma questão de tempo até que sacudisse toda Europa, Holanda, Áustria, Prússia, Espanha, Inglaterra, Italianos, alemães se unem para destruir essa nova República.
No Regime do Terror, os fracassos militares contra as nações monarquistas definia as mudanças de poder entre os girondinos e os montanheses-jacobinos.
Estabelece que a República é a República Revolucionária. Morrerá todo aquele que trair o povo, ou seja, todos que são a favor da monarquia. Todos que são soldados inimigos.
 a justiça está ao lado da revolução, ela é a liberdade do povo francês

 o hino francês que louva o sangue dos guerreiros

 Eles irão até o fim, não restará pedra sobre pedra que não seja derrubada
Durante o Regime do Terror, Danton, um dos líderes montanheses, acredita que devem afrouxar a perseguição. Robespierre e seus aliados têm essa opinião como de caráter anti-revolucionário.
O Terror contra a história que lembra o passado. Até o calendário vai mudar. Aos 5 de outubro de 1793, será posto o calendário republicano. Contudo, para não errar as continhas, devemos lembrar que dia 5 de outubro de 93 foi o dia que o calendário foi inventado. Mas o dia 1º de Vendimário do ano I é o dia 22 de setembro de 1792.
9ª fala, falar do calendário
Estação do ano
Mês republicano
calendário gregoriano
Outono
Vindimarie
22/09 -  21/10

Brumárie
22/10 – 20/11

Frimárie
21/11 – 20/12
Inverno
Nivose
21/12 – 19/01

Pluviôse
20/01 – 18/02

Ventôse
19/02 – 20/03
Primavera
Germinal
21/03 – 19/04

Floreal
20/04 – 19/05

Prairial
20/05 – 18/06
Verão
Messidor
19/06 – 18/07

Thermidor
18/07 – 17/08

Frutidor
18/08 – 21/09
Nomes do dias da semana:
primidi
duodi
tridi
quartidi
quintidi
sextidi
septidi
octidi
Nonidi
Decadi
Dias acrescidos ao final de a cada 4 anos: VIRTUDE – GÊNIO – TRABALHO – OPINIÃO - RECOMPENSA
Por isso, hoje estamos no dia da semana QUINTIDI, 15 do Floreal de 223 da Revolução Francesa. (05/05/2015)
Veja como se contará as datas para a República francesa:
Domingos, sábados e feriados serão todos abolidos.
O mês será de 30 dias com 3 semanas de 10 dias.
Para corrigir a lacuna do calendário, de 4 em 4 anos haverá a celebração de 5 dias sobre a revolução.
23 de novembro de 1793, há um ataque em massa contra a Igreja, padres franceses ou não são assassinados, igrejas são vandalizadas.
5 de abril de 1794, Danton e seus aliados são executados. Saint-Just afirma que a Revolução está congelada, um período de total desordem, os patriotas sendo executados por outros patriotas, ninguém mais confia em ninguém.
Era Robespierre que tentaria parar essa desordem. Robespierre era a resposta dessa loucura. Ele passou a mandar na República. Os montanheses-jacobinos estão brigando internamente, e como já foi dito: “uma casa dividida não se sustenta”(Jesus Cristo).
Em 1794, 8 de junho. Robespierre, exercendo um papel de tirano, impõe como nova religião do Supremo Ser, na Catedral de Notre Dame eles mudam o altar cristão por um altar com o nome “Para a Filosofia”. Mas não dura nem um ano, a população não deu apoio. O povo não queria mudar a fé, o povo queria trabalho e pão.
Reação termidoriana
Então... Nos parece que Robespierre não é muito esperto. Aos poucos ele elimina seus possíveis protetores, os que vão restando, vão se colocando contra ele. Dia 9 do Thermidor do ano II a Assembléia acusou Robespierre de traição e o matou.
[Como entender isto? Quem matou quem? O Terror foi um período em que os jacobinos estavam no poder. Mas eles mesmos, com o seu zelo ideológico e gostos pessoais acabaram se enfraquecendo ao matarem seus aliados. Os governos democráticos não têm paz, eles estão cercados de pessoas com interesses pessoais, acordos para se manter no poder, isso mina o próprio governo.]
Os Girondinos se fortalecem com a matança interna dos jacobinos, e aqui destacamos que eles contavam com a chamada alta burguesia, ou seja, uma camada mais rica da burguesia (3º Estado). Este grupo queria a mudança daquele Antigo Regime, pois o mesmo impedia o desenvolvimento pleno do capital. Por isso, eles deram todo apoio à Revolução. Contudo, se opunham aos jacobinos e montanheses por terem mais adesão popular, por adotarem uma linha mais radical de repartição de terras.
Os Girondinos precisavam garantir que os seus objetivos na revolução não seriam abalados, a Revolução deveria parar na fase de abolição do Antigo Regime, e não desenvolver uma revolução radical de cunho igualitário, ou como será chamado depois, socialista utópico.
É preciso parar a Revolução! Já deu o que tinha que dar. Os burgueses eliminaram os inimigos nobres, agora tomariam o seu lugar, servos virariam camponeses empregados assalariados nas terras dos burgueses, ou  operários nas oficinas urbanas, também dos burgueses. Impostuos continuariam a ser pagos, para um Estado que desenvolveria obras para o melhor progresso do capital. O monstro sobrenatural, o CAPITALISMO tomou as rédeas, tudo voltará ao equilíbrio, uns sobre os outros, o poder para desenvolver economia, mesmo que a custo do bem social.
Havendo continuidade da Revolução, do Terror, a corda iria romper nos girondinos. Eles tinham de parar o movimento jacobino, o terror tem que acabar. O papel da Revolução Francesa era eliminar os inimigos do povo, mas vai acabar eliminando os inimigos da burguesia.

Os antigos inimigos, os dono do ANTIGO REGIME:
1-Senhores Feudais (nobres, rei) – se apoderavam das pessoas como seus servos, as aprisionavam por laços de fidelidade, e elas não sairiam dessa situação. Eliminados!
2-Igreja – se apoderava das mentes, garantia a entrada das pessoas no céu, desde que entregassem seus bens e confiassem na Igreja. Eliminada!
Os novos DONOS DO PODER:
Burgueses – Seriam os donos dos meios de produção, para comer, o cidadão deveria se vender pelo salário que lhe fosse imposto. 
27 de julho de 1794 - O Terror chega ao fim quando, após matar todos os seus inimigos e aliados, e por estas mesmas leis, Robespierre foi preso e guilhotinado também. Esse episódio será conhecido como a REAÇÃO TERMIDORIANA, por ter ocorrido no dia 9 do Termidor.
Será iniciada uma caça aos terroristas (para quem aqui lembrar do Bush, não há nada novo debaixo do céu.), os jacobinos são extintos como partido político. Os Girondinos precisam restaurar a economia francesa. 
Lembre, os problemas financeiros, gastos, luxo da nobreza, abusos de impostos feudais e eclesiásticos, crises agrárias foram os motivos da Revolução. Os Burgueses girondinos queriam resolver ESSE problema. Agora punição para quem pensou demais, morte para quem quis destruir todo o sistema de capital. O mais importante para o homem burguês é a beleza da riqueza financeira. Quem pensa em matar o capital para construir um mundo socialista TEM que morrer.
O Diretório
Um dos pontos dos girondinos é diminuir o número de pessoas nas decisões (democracia só serve quando ela serve o capital), a CONVENÇÃO e abolida e é instituído o DIRETÓRIO, formado por 5 pessoas apenas, basicamente Girondinos.
Este Diretório criou uma nova Constituição, feita para manter a burguesia no controle e os radicais afastados. Um dos seus pontos era que para ter assento nos órgãos de poder político deveria ter uma renda alta, impossível para a maioria da população.
Além de proibir manifestações populares. A justificativa era que as manifestações, por mais justas, atrapalham o ir e vir de cidadãos. Hoje não é muito diferente. As manifestações que tomam as ruas e rodovias são vistas como baderneiros que estão atrapalhando os cidadãos de bem (cidadãos de bem entenda-se pessoas que seguem as regras sem questionar o desenvolvimento financeiro, apenas questiona-se os sonhadores sociais).
Veja bem a situação; uma revolução não se programa, não se cria, ela se desenvolve de acordo com as circunstâncias em que se encontra. Podemos pensar que Revolução é um órgão acéfalo. Assim, seu final também não pode ser programado. O que ocorreu para o fim de uma revolução é a estabilidade natural dela mesma. O que os Girondinos estavam tentando fazer era inventar um fim. e se manter no poder – Irão dar um tiro no pé. – Napoleão que o diga!!! Uns gostarão, outros não.
O período do Diretório continua, mas as soluções financeiras não são resolvidas. Graecius Babeuf, um sans-culotte radical desenvolve ideias chamadas por Karl Marx de Socialismo utópico. É preso e guilhotinado. Perceba que não é só o TERRORISTA que mata, mas quem diz que é contra o TERRORISMO também. Abaixo a famosa morte de Marat, outro jacobino perseguido pelo próprio regime.
 BABEUF

 MARAT

O Diretório vai durar bastante, uns 4 anos. Para a República, o Diretório funcionará mais como uma ditadura. Destaquemos que nesse período, no ano de 1796 um militar jacobino, antigo amigo de Robespierre, obtém uma série de sucessos nas batalhas em nome da Revolução... o nome dele, Napoleão. 
Ah! Um dos pontos fundamentais da Revolução era, conforme temia as monarquias vizinhas, espalhar a ideologia de fim do Antigo Regime por toda a Europa. Um líder francês que se deu bem nisto, foi Napoleão Bonaparte.
No 18 de Brumário do ano VIII, Napoleão, embora jacobino, é posto como Consul da França em um golpe para os burgueses. Consolidando a Revolução Francesa como uma revolução burguesa, pois ao final, basicamente foram garantidos os direitos da burguesia, e manutenção classe trabalhadora sob o seu controle.