domingo, 2 de agosto de 2015

Aliança luso congolesa do século XV

Aula sobre África 7º ano (fund II)
Contar a história das relações entre a Coroa de Portugal e o Reino do Congo, pedir aos alunos que façam uma sequência em quadrinhos da história.
Primeiro passo – Com o Mapa da África, mostrar as rotas das navegações portuguesas.
Segundo passo – contar a história do texto do blog http://biclaranja.blogs.sapo.pt/descobertas-do-congo-de-angola-e-a-829734
Terceiro passo – contar a história e pedir que os alunos acompanhem o texto. Acompanhar a história com as imagens (postas em slides)
Quarto passo - em dupla, ou sozinho, devem fazer uma história em quadrinhos da história.
Material:
Descobertas do Congo, de Angola e a atroz colonização portuguesa
« [...] Naquele ano de 1482, por certo antes de Agosto, e possìvelmente na Primavera, Diogo Cão partiu; deteve-se algum tempo, como era lógico..., na feitoria da Mina. Retomando a viagem e ultrapassado aquele cabo [o de Santa Catarina], prolongou o reconhecimento da costa até um pouco a sul do cabo do Lobo ou Santo Agostinho, actualmente cabo de Santa Maria .... Dentre suas descobertas avulta o Rio Poderoso, nome com que primeiro se designou um dos maiores rios do continente africano, o rio do Zaire.
   Aplicando o método hagiológico, que relaciona os nomes de santos com a data da festa respectiva no calendário, pode rastrear-se o ritmo da viagem. Supõe Damião Peres, reportando-se ao padrão de S. Jorge, que o estuário do Zaire tenha sido visitado em 23 de Abril de 1483, e o cabo do Lobo também chamado de Santo Agostinho e assinalado de igual forma, a 28 de Agosto daquele ano.
   Facto da maior importância: Diogo Cão trouxe na torna viagem alguns indígenas congoleses, recolhidos no estuário do Zaire, e a notícia de que para o interior, cortado pelo curso desse rio, existia um grande reino, a cujo chefe ele enviara emissários com um presente. Iniciava-se assim o descobrimento humano e duma vasta comunidade de cultura, sobre que iam assentar os fundamentos da província portuguesa de Angola.
       Obedecendo a novo mandado do monarca, Diogo Cão partia em 1485 para outra viagem de descobrimento, levando de retorno os quatro indígenas congoleses que, na foz do Zaire, trocou pelos emissários portugueses que ali deixara. Uns e outros se haviam mutuado o conhecimento das línguas próprias; continuava-se a prática, iniciada em tempo do Infante D. Henrique, da formação dos intérpretes, que permitiam um contacto mais íntimo entre descobridores e os aborígenes. Continuando a viagem, por mais 1400 quilómetros, Diogo Cão percorreu os litorais africanos da actual província de Angola, já em parte explorada durante a viagem anterior, e penetrou ... Damaralândia até ao lugar da costa...
...Diogo Cão, no regresso, fora visitar o rei do Congo à sua corte, o rei do Congo recebeu com o maior alvoroço a embaixada portuguesa e os quatro congoleses que regressavam de Portugal, e em troca mandou a el-rei por embaixador Caçuta [...], homem muito principal e a ele mui aceite, que depois de ser cristão, houve nome D. João da Silva [...], o qual trouxe a el-rei [D. João II] um presente de muitos dentes de elefantes e coisas de marfim lavradas, muitos panos de palma bem tecidos e com finas cores. ...os quatro congoleses, agora bem vestidos e contando maravilhas sobre o tratamento recebido e o novo mundo de cultura entrevisto em Portugal, o rei do Congo mandou pedir a D. João II que lhe mandasse logo frades e clérigos e todas as coisas necessárias para ele e os de seus reinos receberem a água do baptismo; [...] pedreiros e carpinteiros [...] e também lavradores para lhe amansarem bois e lhe ensinarem a aproveitar a terra e assim algumas mulheres para ensinarem as de seu reino a amassar o pão, porque levaria muito contentamento por amor dele que as coisas de seu reino se parecessem com as de Portugal . O rei indígena enviou também alguns moços do seu reino para que em Portugal aprendessem a língua, os costumes e a religião dos portugueses.»